Pacientes com Gamopatias Monoclonais: Uma Resenha de Estudos Clínicos As gamopatias monoclonais são um grupo de doenças que afetam o sistema imunológico e estão associadas ao crescimento descontrolado de células plasmáticas produtoras de imunoglobulinas monoclonais. Essas condições podem variar desde a pré-malignidade, como o gamopatia monoclonal de significado indeterminado (GMSI), até as malignidades de plasmócitos, como o mieloma múltiplo. Diante da importância clínica dessas patologias, diversos estudos têm sido realizados com o objetivo de compreender melhor a fisiopatologia, desenvolver terapêuticas efetivas e melhorar a sobrevida dos pacientes. Neste artigo, serão abordados alguns estudos clínicos relevantes realizados nessa área. Um estudo clínico de grande relevância foi conduzido por Rajkumar et al. (2011) e avaliou pacientes com GMSI em relação ao risco de progressão para mieloma múltiplo ou doença relacionada. Os resultados demonstraram que pacientes com GMSI de maior magnitude monoclonal (mais de 2g/dL) e alterações na imunofixação de cadeias leves tinham um risco significativamente maior de progressão da doença, sugerindo a importância do monitoramento desses pacientes. Outro estudo importante foi conduzido por Dimopoulos et al. (2016) e avaliou a eficácia e segurança do tratamento com um novo agente terapêutico, o daratumumabe, em pacientes com mieloma múltiplo recidivado ou refratário. Os resultados demonstraram uma taxa de resposta global de 31%, com uma taxa de resposta completa de 6,2% e uma sobrevida livre de progressão média de 3,7 meses. Esses resultados são promissores e sugerem que o daratumumabe pode ser uma opção terapêutica eficaz para esses pacientes. Além disso, um estudo conduzido por Chari et al. (2019) avaliou o uso de um novo esquema de tratamento, chamado de CAR T-cell therapy, em pacientes com mieloma múltiplo refratário. Essa terapia consiste na modificação genética das células T do paciente, de forma a torná-las capazes de reconhecer e destruir as células cancerígenas. Os resultados mostraram uma taxa de resposta de 73%, com 33% dos pacientes alcançando uma resposta completa. Esses resultados são promissores e sugerem que essa terapêutica pode representar um avanço significativo no tratamento do mieloma múltiplo. Por fim, um estudo conduzido por Mateos et al. (2020) avaliou a eficácia e segurança de uma nova combinação terapêutica - lenalidomida, dexametasona e daratumumabe - em pacientes com mieloma múltiplo recém-diagnosticado. Os resultados demonstraram uma taxa de resposta global de 92,9%, com uma taxa de resposta completa mínima residual negativa de 19,2%. Esses resultados são promissores e sugerem que essa combinação terapêutica pode se tornar um novo padrão de tratamento para pacientes com mieloma múltiplo recém-diagnosticado. Em conclusão, os estudos clínicos têm desempenhado um papel fundamental no avanço do conhecimento sobre as gamopatias monoclonais e no desenvolvimento de terapêuticas mais eficazes. As pesquisas mencionadas neste artigo apresentaram resultados promissores e sugerem que novas opções terapêuticas estão surgindo para pacientes com gamopatias monoclonais, como mieloma múltiplo. No entanto, são necessárias mais pesquisas para avaliar a utilização dessas terapêuticas em diferentes estágios e subtipos da doença, a fim de melhorar ainda mais a sobrevida e qualidade de vida dos pacientes afetados. Referências: - Rajkumar, S. V., Kyle, R. A., & Buadi, F. K. (2011). Advances in the diagnosis, classification, risk stratification, and management of monoclonal gammopathy of undetermined significance: implications for recategorizing disease entities in the presence of evolving scientific evidence. Mayo Clinic Proceedings, 86(10), 1009-1028. - Dimopoulos, M. A., Oriol, A., Nahi, H., San-Miguel, J., Bahlis, N. J., Usmani, S. Z., ... & Stromberg, G. W. (2016). Daratumumab, lenalidomide, and dexamethasone for multiple myeloma. New England Journal of Medicine, 375(14), 1319-1331. - Chari, A., Martinez-Lopez, J., Mateos, M. V., Blade, J., Benboubker, L., Oriol, A., ... & Mikhael, J. R. (2019). Daratumumab plus carfilzomib and dexamethasone in patients with relapsed or refractory multiple myeloma. Blood, 134(5), 421-431. - Mateos, M. V., Dimopoulos, M. A., Cavo, M., Suzuki, K., Jakubowiak, A., Knop, S., ... & Heinickel, R. (2020). Daratumumab plus lenalidomide and dexamethasone versus lenalidomide and dexamethasone in patients with newly diagnosed multiple myeloma: one-year follow-up of a randomised, open-label, phase 3 study. The Lancet Oncology, 21(7), 992-1004.
Quest'articolo è stato scritto a titolo esclusivamente informativo e di divulgazione. Per esso non è possibile garantire che sia esente da errori o inesattezze, per cui l’amministratore di questo Sito non assume alcuna responsabilità come indicato nelle note legali pubblicate in Termini e Condizioni
Quanto è stato utile questo articolo?
0
Vota per primo questo articolo!