A urban art surge, em grande parte, como uma forma de resistência e de afirmação diante do contexto urbano que muitas vezes sufoca a criatividade e as expressões artísticas. Ela traz à tona reflexões sobre o papel da arte na cidade, as funções públicas do espaço urbano e a relação dos cidadãos com sua cidade.
A urban art é um meio de democratização da arte, já que permite que qualquer pessoa possa interagir com a obra de arte, sem a necessidade de frequentar museus ou galerias. Dessa forma, ela amplia o acesso à cultura e promove uma experiência estética que pode ser compartilhada por toda a sociedade.
Uma das principais técnicas utilizadas na urban art é o graffiti, que consiste em desenhos ou inscrições feitas com tintas spray em paredes, muros, monumentos e outros suportes urbanos. O graffiti é uma forma de intervenção nos espaços urbanos, que pode ser vista como uma prática transgressiva ao mesmo tempo que se torna uma forma de expressão artística legítima.
No entanto, a urban art não se resume apenas ao graffiti. Outros suportes e técnicas também são utilizados, como o stencil (técnica de estêncil com a utilização de tinta spray), o lambe-lambe (técnica de impressão de imagens ou mensagens em papel e sua colagem nos espaços públicos), o tricotamento (técnica de tricô ou crochê aplicada na produção de elementos urbanos) e outras formas de intervenção urbana.
A urban art tem ganhado cada vez mais espaço e representatividade, sendo reconhecida como uma forma de arte capaz de transformar a cidade e as realidades locais. Ela é uma forma de resistência às imposições urbanas e às forças de dominação do espaço público, assim como é uma forma de ampliar a experiência estética nos espaços urbanos.
Apesar da urban art trazer uma série de possibilidades de intervenção positiva nos espaços urbanos, é importante destacar que essa prática pode gerar conflitos e divergências com relação à legalidade e ao direito à cidade. Muitas intervenções são consideradas contrárias às leis municipais de alguns países, sendo punidas com multas e até prisão.
No entanto, é necessário lembrar que a arte é uma manifestação cultural legítima e que deve ser valorizada e protegida. A urban art se configura como uma expressão artística legítima, capaz de dialogar com a cidade, com os cidadãos e com a cultura local.
Por fim, a urban art é uma forma de manifestação artística potente, capaz de transformar o espaço urbano em um local mais dinâmico, criativo e acessível a todos. Sua participação na sociedade é importante para questionar, democratizar e enriquecer a cultura urbana, assim como para celebrar a diversidade e a criatividade de cada cidadão.