O filme tem uma estrutura e ritmo típicos dos filmes de ação dos anos 90. Há muitas cenas de tiroteios, explosões, perseguições e lutas bem coreografadas. A trilha sonora, composta por Michael Kamen, contribui para criar uma atmosfera tensa e eletrizante.
No entanto, o que diferencia The Last Boy Scout de outros filmes do gênero é o humor. O roteiro, escrito por Shane Black (que também escreveu Duro de Matar e Beijos e Tiros), é repleto de diálogos engraçados e sarcásticos, que fazem um contraponto interessante com as cenas violentas. O personagem de Bruce Willis, em particular, é um mestre da ironia e das tiradas irônicas.
Mas o humor não é a única característica interessante do filme. The Last Boy Scout também traz uma crítica social, revelando a corrupção e a decadência moral que assolam o mundo do futebol americano profissional. O filme mostra como o esporte, que deveria ser um meio de entretenimento e uma paixão nacional, pode se tornar um negócio sujo e perigoso, onde todos querem uma fatia do bolo, mesmo que isso signifique prejudicar outras pessoas.
Além disso, The Last Boy Scout apresenta personagens complexos e interessantes, que vão além dos estereótipos comuns dos filmes de ação. Joe Hallenbeck, por exemplo, é um homem que sofre com problemas pessoais e conflitos internos, e isso torna suas ações mais humanas e compreensíveis. Jimmy Dix, por sua vez, é um personagem que poderia facilmente cair no estereótipo do “herói negro”, mas que tem personalidade e profundidade próprias.
No geral, The Last Boy Scout é um filme que não pretende ser mais do que é: um entretenimento de ação e aventura com uma boa dose de humor. Mas ele consegue ir além disso, graças à qualidade do roteiro e do elenco. Bruce Willis e Damon Wayans têm uma química incrível, e as cenas em que interagem são sempre divertidas e dinâmicas. O diretor Tony Scott, que faleceu em 2012, também merece ser mencionado pela habilidade em criar sequências de ação impactantes e visualmente impressionantes.
Em resumo, The Last Boy Scout é um filme que pode ser considerado um clássico dos anos 90. Ele tem uma mistura única de humor, crítica social e ação, que o tornam uma escolha perfeita para quem procura um filme divertido e emocionante. Não é um filme para ser levado tão a sério, mas é um filme que deixa uma boa impressão e que certamente faz jus ao seu título: ele é o último garoto escoteiro, o último soldado lutando por justiça em um mundo cada vez mais complicado e desafiador.