McQueen iniciou sua carreira artística como artista plástico, produzindo uma série de trabalhos notáveis, incluindo a Turner Prize-winning peça “Deadpan” em 1999. Ele então mudou-se para o cinema, começando com uma versão cinematográfica de sua obra “Exposures” em 1993. Em 2008, ele fez seu primeiro longa-metragem, “Hunger”, uma obra-prima que demonstrou a sua capacidade de contar histórias complexas através da imagem.
No entanto, foi em 2013 que McQueen estabeleceu seu nome como um dos melhores cineastas do mundo, com o lançamento de “12 Anos de Escravidão”. O filme rastreia a história de Solomon Northup, um homem livre que é sequestrado e vendido como escravo em Louisiana nos Estados Unidos da América, no século 19. O filme não só ganhou o Oscar de Melhor Filme, mas também arrecadou inúmeros prêmios em todo o mundo e foi aclamado pela crítica.
“12 Anos de Escravidão” é uma obra-prima em muitos sentidos. Por um lado, o trabalho de McQueen como diretor é excepcional, tanto em sua capacidade de criar uma imagem bonita quanto de retratar a brutalidade do sistema escravista americano. Cada cena é meticulosamente planejada para criar um efeito emocional específico, as performances são excepcionais, e a música não poderia ser melhor.
Mais do que isso, porém, “12 Anos de Escravidão” é um filme importante por seu tema. McQueen conseguiu capturar as vidas despedaçadas de uma comunidade inteira – incluindo mulheres, homens e crianças- e mostrou-os como humanos com capacidades e ambições muito similares as pessoas das quais são subjugados. O contexto histórico é crucial para que se entenda a posição e paper dos negros na sociedade americana contemporânea, escarificada pelo passado racista e genocida.
McQueen tem uma habilidade única para contar histórias poderosas e perturbadoras, e sua sensibilidade artística faz com que ele seja um mestre no uso da imagem para contar essas histórias. Seja através do cinema ou de outras formas de arte, Steve McQueen continua a provar que é um dos artistas mais talentosos de sua geração.
Com sua história incomum e habilidades freqüentemente notáveis, a carreira do cineasta britânico sempre foi admirável. Steve McQueen mudou a forma como olhamos para as histórias do passado, fornecendo uma visão íntima e delicada sobre os traumas emocionais, físicos e psicológicos da escravidão. Seus filmes são uma celebração da imaginação, humanidade e direito à memória. E é justamente essa mistura única de artesanato, narrativa e significado social que torna Steve McQueen um dos cineastas mais importantes e impressionantes de nosso tempo.