Mas, afinal, o que é um soft microprocessor?
Basicamente, é um processador que não é construído em um chip específico. Ele é implementado em um dispositivo lógico programável (PLD), que é configurado para realizar as operações desejadas.
Diferentemente dos processadores convencionais, o soft microprocessor pode ser programado e reprogramado sempre que necessário. Isso significa que as empresas podem criar processadores personalizados de acordo com suas necessidades, sem precisar gastar uma grande quantia em dinheiro para desenvolver um chip específico.
Uma das vantagens do uso de soft microprocessors é a facilidade em realizar atualizações. Como os processadores são configuráveis, é possível ajustar e melhorar suas funções sempre que for necessário, sem precisar comprar um novo hardware. Isso também facilita a correção de falhas, pois é possível remediar o problema apenas atualizando o processador.
Outra vantagem é a possibilidade de criar processadores específicos para aplicativos de nicho. Por exemplo, uma empresa que desenvolve softwares para jogos pode criar um processador especializado em processar imagens e sons de jogos de alta qualidade.
Além disso, os soft microprocessors consomem menos energia quando comparados a processadores convencionais. Isso porque os chips são criados com foco na eficiência energética, permitindo que os dispositivos que os usam tenham uma maior duração de bateria.
No entanto, o uso de soft microprocessors ainda tem suas desvantagens. Como eles são configuráveis, podem exigir uma programação mais complexa do que os processadores convencionais, o que pode levar a custos mais elevados no desenvolvimento de softwares.
Outro fator que pode ser uma preocupação é a segurança. Uma vez que os soft microprocessors são programados por meio de software, eles estão mais suscetíveis a vulnerabilidades. No entanto, com as devidas medidas de segurança, é possível minimizar os riscos.
Apesar dessas desvantagens, o uso de soft microprocessors tem sido adotado por diversas empresas. Um exemplo é a Xilinx, líder em fornecimento de dispositivos lógicos programáveis. Em 2011, a empresa lançou o primeiro soft microprocessor do mundo, o Zynq-7000.
O Zynq-7000 é um processador de sistema integrado (SoC) que integra um processador ARM de dois núcleos e uma matriz FPGA (Field-Programmable Gate Array). Isso possibilita a criação de sistemas embarcados de alto desempenho e com menor consumo de energia.
Outro exemplo de empresa que utiliza soft microprocessors é a Apple. Em 2020, a empresa anunciou sua transição para processadores ARM em seus computadores Mac. Esses processadores são desenvolvidos pela própria Apple e são implementados em um chip personalizado, o que permite uma melhor integração com o sistema operacional e um desempenho mais rápido.
Assim, fica evidente que o uso de soft microprocessors é uma tendência que veio para ficar. Embora apresente algumas desvantagens, suas vantagens em relação aos processadores convencionais são significativas, especialmente no que se refere à flexibilidade na programação e à eficiência energética. Com o avanço da tecnologia, é possível que os soft microprocessors se tornem cada vez mais populares e essenciais em diversas áreas.