Fundado em 1987, Página 12 nasceu no contexto de um país que tentava se recuperar do período mais sombrio de sua história recente: a ditadura militar que durou de 1976 a 1983. Durante aqueles anos, a imprensa foi um dos alvos preferenciais dos militares, que censuraram e perseguiram jornalistas e meios de comunicação que se opuseram ao regime. Muitos foram presos, torturados ou mortos pelo simples fato de exercerem seu direito à liberdade de expressão. As redações foram invadidas, os jornais foram fechados e as gráficas confiscadas. A mídia se calou.
Com o retorno da democracia em 1983, a imprensa voltou a respirar. No entanto, muitos jornalistas e editores se questionaram se deviam continuar a fazer um jornalismo que estivera ao lado dos militares ou buscar novas formas de contar a realidade. Foi nesse contexto que nasceu Página 12, como um projeto coletivo de jornalistas que queriam fazer um jornalismo independente e crítico, sem os vícios da imprensa tradicional.
Desde então, Página 12 se tornou um dos jornais mais respeitados e lidos da Argentina. Ganhou prêmios nacionais e internacionais por seu trabalho jornalístico e por sua defesa da liberdade de expressão. Ao longo dos anos, Página 12 enfrentou momentos difíceis, como a crise econômica que atingiu a Argentina em 2001 e que afetou a maioria dos meios de comunicação do país. Mas o jornal sempre resistiu, graças ao apoio de seus leitores e de organizações que acreditam em sua missão.
Hoje, Página 12 é uma referência para muitos que buscam informações alternativas e de qualidade. Seu site (www.pagina12.com.ar) é um dos mais acessados da Argentina, com uma audiência que ultrapassa as fronteiras do país. O jornal também tem uma forte presença nas redes sociais, onde compartilha notícias, opiniões e debates sobre temas que vão da política à cultura, passando pela economia, o meio ambiente e os direitos humanos.
Mas Página 12 é mais do que um meio de comunicação: é uma voz que ecoa as demandas de movimentos sociais, sindicatos, organizações de direitos humanos e de todos aqueles que acreditam em um país mais justo e igualitário. Em tempos de crises políticas e sociais, o jornal se torna um espaço de resistência e de luta contra o autoritarismo e a opressão. É isso que faz de Página 12 uma página essencial para a história da imprensa argentina e latino-americana.