As ordens mendicantes tiveram início no século XIII, com São Francisco de Assis e São Domingos de Gusmão. Eles sentiram a necessidade de retornar aos ensinamentos de Jesus Cristo sobre a pobreza e o serviço ao próximo, abandonando a vida monástica tradicional. Francisco fundou a Ordem dos Franciscanos, enquanto Domingos estabeleceu a Ordem dos Dominicanos. Ambas as ordens adotaram um estilo de vida nômade, renunciando à propriedade pessoal e dependendo totalmente da caridade dos outros.
Os membros dessas ordens eram chamados de frades, e eles viviam em comunidades conhecidas como conventos ou conventículos. O principal objetivo dos frades era se dedicar à oração, estudo e trabalho manual, enquanto ao mesmo tempo atendiam às necessidades dos menos afortunados. Eles deixavam seus conventos e iam até as ruas, mendigando por comida e abrigo, confiando na generosidade dos fiéis. Eles também pregavam o evangelho e ofereciam conselhos espirituais para aqueles que buscavam orientação.
O princípio fundamental das ordens mendicantes era a pobreza absoluta. Os membros viviam sem qualquer propriedade pessoal, compartilhando tudo em comum. Eles não possuíam terras ou bens materiais, e qualquer doação que recebessem era imediatamente distribuída aos pobres. A pobreza mendicante era vista como uma forma de imitar a vida de Jesus Cristo, que abraçou a pobreza como um valor fundamental. A vida simples e austera dos frades transmitia uma mensagem poderosa de desapego material e confiança em Deus.
As ordens mendicantes também desempenharam um papel importante na educação e no pensamento intelectual da época. Os frades eram encorajados a estudar e a adquirir conhecimento para melhor servir à Igreja e à comunidade em geral. Eles estabeleceram escolas e universidades, onde estudantes e estudiosos eram acolhidos e encorajados a buscar a verdade e o conhecimento. Grandes nomes da história medieval, como São Tomás de Aquino e São Boaventura, foram membros das ordens mendicantes e contribuíram significativamente para o desenvolvimento do pensamento teológico e filosófico da época.
Além disso, as ordens mendicantes desempenharam um papel fundamental na assistência aos pobres e necessitados. Eles abriram hospitais, orfanatos e abrigos para acolher aqueles que estavam desabrigados ou doentes. Eles se dedicavam a cuidar dos leprosos, das prostitutas e de outros marginalizados pela sociedade. Através de seu exemplo de serviço, os frades transmitiram uma mensagem poderosa de compaixão e solidariedade, mostrando que a salvação cristã era alcançada através do amor e do cuidado pelos outros.
Em conclusão, as ordens mendicantes foram um movimento revolucionário dentro da Igreja Católica Romana. Elas desafiaram a corrupção e a ostentação que havia tomado conta da instituição, retornando aos ideais primitivos do cristianismo. Sua vida de pobreza e serviço aos necessitados inspirou gerações de cristãos e teve um impacto duradouro na sociedade medieval. As ordens mendicantes nos lembram a importância de viver com simplicidade, humildade e compaixão nesta época de consumismo e desigualdade social.