Nascido em Fortaleza, em 20 de setembro de 1897, Humberto de Alencar Castelo Branco era filho de José Vicente Castelo Branco, professor de Direito Constitucional, e de Maria do Carmo de Alencar Castelo Branco. Aos 16 anos, ingressou na Escola Militar do Realengo, no Rio de Janeiro, e a partir daí iniciou uma carreira militar de destaque.
Durante a Revolução Constitucionalista de 1932, Castelo Branco participou do conflito em São Paulo como tenente-coronel da artilharia, e após o fim da guerra, se tornou professor de Estratégia Militar na Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, no Rio de Janeiro.
Na década de 1950, Castelo Branco advogou a favor do fortalecimento da Escola Superior de Guerra, uma instituição que formava oficiais de alta patente em diversas áreas, incluindo a política e a economia, e que acabaria se tornando uma das principais bases ideológicas do regime militar.
Em 1964, com a deposição do presidente João Goulart, as Forças Armadas escolheram Castelo Branco para assumir a presidência interinamente, e posteriormente, por meio de eleições indiretas, ele se tornou o primeiro presidente do regime militar.
Durante seu mandato, Castelo Branco implementou diversas reformas políticas e econômicas, incluindo a promulgação do Ato Institucional nº 1, que dava ao governo militar poderes para reprimir movimentos de esquerda e perseguir opositores.
Ele também implementou o Programa de Ação Econômica do Governo (PAEG), uma série de medidas de austeridade e liberalização econômica que incluíam cortes no investimento público e privatizações, com o objetivo de enfrentar a crise econômica que assolava o país.
No campo político, Castelo Branco buscou fortalecer o bipartidarismo, criando o Movimento Democrático Brasileiro (MDB) como oposição ao governo, e também instaurou o AI-2, que ampliou as prerrogativas do Executivo e suspendeu o estado de sítio.
Apesar de sua gestão ter sido marcada por diversas críticas e contestações, Castelo Branco é lembrado por muitos como um presidente esforçado e competente, que enfrentou desafios complexos em um período conturbado da história brasileira.
Ele faleceu em um acidente de avião em 18 de julho de 1967, quando ainda estava no cargo, sendo sucedido pelo marechal Arthur da Costa e Silva. Seu legado, no entanto, permanece vivo na história do Brasil, especialmente na memória daqueles que viveram sob seu governo, e que guardam até hoje as marcas e as contradições de uma época marcada pelo autoritarismo e pela repressão política.