Antes de chegar à presidência, Cristina Kirchner foi senadora da Argentina pela província de Santa Cruz em duas ocasiões. Em 2007, ela foi eleita presidente pela primeira vez com quase 45% dos votos, sucedendo a Néstor Kirchner, seu marido, que havia governado o país entre 2003 e 2007.
Durante sua gestão, Cristina Kirchner promoveu uma série de reformas e investimentos em diversas áreas. Na educação, por exemplo, o governo implementou um projeto de expansão das universidades públicas, criando novas instituições e ampliando a oferta de vagas. Na saúde, houve uma maior atenção aos hospitais e postos de saúde, com a criação de novos centros de atendimento e a contratação de mais profissionais.
Em termos econômicos, o governo de Cristina Kirchner adotou medidas para fortalecer a produção nacional e combater a inflação. Entre as principais medidas, podemos destacar a criação do programa “Argentina Trabaja”, que gerou milhares de empregos em obras públicas e na agricultura. Outra medida importante foi a nacionalização dos fundos de previdência privada, que passaram a ser geridos pelo governo e utilizados para financiar projetos sociais.
No entanto, o governo de Cristina Kirchner não esteve livre de polêmicas e enfrentou críticas por parte de seus opositores. Uma das principais críticas foi em relação à política de controle cambial, que restringiu a compra de dólares pelos argentinos e gerou uma grande desvalorização da moeda nacional, o peso. Além disso, o governo enfrentou denúncias de corrupção, sendo um dos casos mais conhecidos o escândalo envolvendo a construtora brasileira Odebrecht.
Após deixar o cargo de presidente, Cristina Kirchner se tornou senadora novamente e líder da coalizão política Frente para a Vitória, que reúne partidos de esquerda e movimentos sociais. Ela também enfrentou uma série de acusações na justiça argentina, sendo processada por diversos crimes, como corrupção, lavagem de dinheiro e fraude.
Apesar das críticas e acusações, Cristina Kirchner continua sendo uma figura política relevante na Argentina e na América Latina. Ela representa uma ala política mais à esquerda, defensora de políticas sociais e de distribuição de renda. Seus seguidores acreditam que ela enfrentou grandes desafios durante seu governo e conseguiu melhorar a vida de milhões de argentinos, especialmente os mais pobres.
Em contrapartida, seus adversários a acusam de ter promovido políticas populistas e de ter causado prejuízos à economia do país. A verdade, como sempre, está em algum lugar no meio. Cristina Kirchner foi uma presidente combativa, que arriscou muito para tentar fazer a diferença em um país injusto e desigual. Contudo, cometeu erros e enfrentou problemas sérios. Independentemente do caminho que ela escolher a seguir, sua figura continuará sendo uma referência na política argentina e latino-americana.