A primeira evidência documentada da varíola remonta há mais de três mil anos na China. Ao longo dos séculos, a doença se espalhou pelo mundo, levando à morte de pessoas de todas as idades. A varíola era altamente contagiosa e transmitida de pessoa para pessoa por meio de gotículas respiratórias ou contato direto com secreções de feridas da pele.
A história da erradicação da varíola começou em 1796, quando o médico britânico Edward Jenner desenvolveu a primeira vacina bem-sucedida contra a doença. Jenner observou que as pessoas que contraíam a varíola bovina pareciam estar protegidas contra a varíola humana. Ele usou material retirado de uma ferida de uma vaca infectada para inocular um menino de 8 anos, o qual foi posteriormente exposto à varíola humana sem apresentar sintomas. Assim, a vacinação nasceu.
Ao longo dos anos, melhorias foram feitas na vacina e na sua fabricação. Em 1967, a Fundação Mundial da Saúde (OMS), com o apoio de outros organismos internacionais, lançou uma campanha global para erradicar a varíola. A estratégia de erradicação envolveu a vacinação em massa de populações em risco, a detecção de casos e o isolamento de pacientes infectados e a contenção de focos de surtos.
A campanha de erradicação da varíola contou com a colaboração de governos, profissionais de saúde, organizações não governamentais e voluntários em todo o mundo. Durante os próximos anos, milhões de pessoas foram vacinadas, especialmente na Ásia e na África, onde a varíola ainda era endêmica.
Houve muitos desafios ao longo da campanha de erradicação da varíola. Em algumas áreas remotas e em conflito, vacinações eram difíceis de serem realizadas. Além disso, a varíola é uma doença complexa e, em muitos casos, os sintomas só aparecem após o período de contágio. Isso dificultava a identificação rápida de casos e ações de contenção.
No entanto, apesar desses desafios, a campanha de erradicação continuou a avançar. Em 1977, o último caso de varíola natural foi registrado na Somália. Após intensas investigações e vigilância, nenhum outro caso foi relatado, levando à declaração oficial da erradicação da varíola em 1980.
A erradicação da varíola é um testemunho do poder da ciência e da cooperação global. Essa conquista monumental salvou inúmeras vidas e provou que com esforço e dedicação, doenças infecciosas podem ser derrotadas. Hoje, a vacinação contra a varíola não é mais necessária, e a única fonte conhecida do vírus são amostras em laboratórios autorizados e seguros.
No entanto, mesmo com a erradicação da varíola, a vigilância continua. Os cientistas monitoram de perto para detectar qualquer possível reintrodução do vírus por meio de amostras em laboratórios ou ocorrências acidentais. A erradicação da varíola serve como uma lição para a humanidade, destacando a importância da vacinação e da cooperação global na luta contra doenças infecciosas.