Drummond de Andrade teve uma infância e adolescência marcadas pela morte de familiares, sua mãe faleceu quando ele tinha apenas sete anos de idade e seu pai, quando tinha 15 anos. Essas perdas influenciaram sua poesia e foram um tema recorrente em seus escritos. Em 1925, formou-se em farmácia, profissão que exerceu por pouco tempo, dedicando-se integralmente à literatura.
Seu primeiro livro, “Alguma Poesia”, foi publicado em 1930 e recebeu críticas positivas dos principais escritores da época. Neste livro, Drummond de Andrade demonstra uma visão moderna e desencantada do mundo e do amor, com destaque para o poema “No Meio do Caminho”, que causou grande polêmica e virou símbolo da poesia moderna no Brasil.
Em 1934, publicou o livro “Brejo das Almas”, que representa um momento de mais introspecção e melancolia em sua obra. Nele, o poeta retrata a inquietude e solidão do homem em uma sociedade cada vez mais industrializada e desumanizada.
Em 1945, publicou “A Rosa do Povo”, livro que é considerado sua obra-prima. Nele, o poeta olha para a realidade brasileira e mundial do pós-guerra, retratando a luta por sobrevivência, a esperança e o desencanto em relação ao futuro. Um dos poemas mais conhecidos é “Sentimental”, que descreve a desesperança e as dificuldades do povo diante das injustiças e desigualdades sociais.
Drummond de Andrade não se limitou à poesia, também escreveu crônicas, contos e críticas literárias. Foi um dos fundadores da Sociedade dos Amigos da Poesia, que promovia recitais e debates sobre literatura.
Em sua obra, ele demonstra uma grande sensibilidade para com a vida e as relações humanas, explorando as emoções e os sentimentos de forma poética e filosófica. Seu estilo é marcado pela simplicidade da linguagem e pela profundidade dos temas abordados.
Sua influência na literatura brasileira é incontestável. Sua obra serviu de inspiração para diversas gerações de escritores, sendo estudada tanto em escolas quanto nas universidades. Seus poemas foram traduzidos para diversos idiomas e são conhecidos no mundo todo.
Carlos Drummond de Andrade faleceu em 17 de agosto de 1987, deixando para trás uma obra poética rica e diversificada. Sua arte é um legado para a literatura brasileira e para o mundo, sendo uma reflexão sobre os sentimentos, as relações humanas e a vida em seu aspecto mais profundo.