Desde sua fundação, a Brasiliense teve como uma de suas marcas registradas a defesa da democracia, dos direitos humanos e da justiça social. Em seus primeiros anos, a editora publicou obras de importantes intelectuais brasileiros, como Caio Prado Jr., Sérgio Buarque de Holanda, Fernando Henrique Cardoso e Florestan Fernandes. Seu objetivo era contribuir para a formação de uma consciência crítica entre a população brasileira, em um contexto de efervescência política e social.
Ao longo das décadas seguintes, a Brasiliense manteve seu compromisso com a publicação de obras que dialogassem com as questões políticas e sociais do país. A editora foi responsável pela publicação de livros fundamentais para a compreensão da história recente do Brasil, como “A Formação das Almas”, de José Murilo de Carvalho, “Brasil: Um Século de Transformações”, de Emília Viotti da Costa e “A Sociologia no Brasil”, de Fernando Henrique Cardoso.
Ainda nos anos 1970, a Brasiliense lançou sua coleção “Tudo é História”, que teve grande sucesso e se tornou uma das mais importantes do país. Nessa coleção, foram publicados livros de diversos autores que ficaram conhecidos por suas obras para o público infantojuvenil, como Ruth Rocha, Eva Furnari, João Carlos Marinho e Lygia Bojunga. Esses livros tinham como objetivo formar leitores críticos e conscientes, ao mesmo tempo em que desenvolviam o gosto pela leitura.
Nos anos 1980, a Brasiliense se destacou por sua atuação no campo da educação. A editora lançou uma série de livros didáticos que buscavam criar uma nova forma de ensino, mais crítica e contextualizada. Esses livros foram desenvolvidos por um grupo de educadores e intelectuais liderados por Paulo Freire, que já havia publicado sua obra fundamental, “Pedagogia do Oprimido”, pela editora.
Com o tempo, a Brasiliense ampliou seu catálogo para incluir obras de ficção, poesia, arte e outros campos. Entre os autores brasileiros publicados pela editora, podemos destacar nomes como Carlos Drummond de Andrade, Vinicius de Moraes, Cecília Meireles, Clarice Lispector e João Guimarães Rosa. Além disso, a editora também lançou obras de autores estrangeiros que dialogavam com as questões políticas e sociais do Brasil, como Jean-Paul Sartre, Albert Camus e Antonio Gramsci.
Nos últimos anos, a Brasiliense enfrentou algumas dificuldades financeiras e teve sua atuação reduzida, especialmente após a morte de seu principal fundador, Caio Prado Jr. No entanto, a editora ainda mantém um catálogo importante e diverso, que é referência para estudantes e pesquisadores em diversas áreas do conhecimento. Seu compromisso com a produção editorial de qualidade e engajada continua inspirando leitores e escritores de todo o país.