Naquele fatídico dia, o voo 870 da Itavia partiu de Bolonha com destino a Palermo, na Sicília. No entanto, a aeronave perdeu contato com as torres de controle cerca de 20 minutos antes de chegar ao seu destino final.
Após o desaparecimento do avião, foram iniciadas as buscas pelos destroços e pelos corpos das vítimas. Porém, o trabalho de resgate foi dificultado pelas profundas águas do Mediterrâneo, que dificultaram a localização e recuperação dos destroços.
O mistério em torno da queda do avião logo chamou a atenção da imprensa e da opinião pública. Diversas teorias começaram a surgir, alimentando a especulação sobre o que realmente teria acontecido com a aeronave.
Uma das teorias mais intrigantes é a de um ato terrorista. A Balsa de Ustica ocorreu em um momento delicado para a Itália, que enfrentava uma série de atentados terroristas por parte da organização esquerdista Brigadas Vermelhas. Essa teoria sugere que o avião teria sido abatido por um míssil ou por uma bomba plantada a bordo.
No entanto, essa teoria é controversa e jamais foi comprovada. As investigações oficiais sugerem que a queda do avião foi resultado de uma colisão com um objeto externo, que teria provocado a explosão da aeronave.
O caso da Balsa de Ustica ficou marcado pela falta de transparência das autoridades italianas. Durante anos, documentos relacionados à tragédia foram mantidos em sigilo, contribuindo para o mistério em torno do acidente.
Somente em 2013, mais de 30 anos após o incidente, o governo italiano divulgou oficialmente parte da documentação relacionada à Balsa de Ustica. Os documentos revelaram que a Força Aérea Italiana estava realizando uma missão militar no momento da tragédia, o que levantou suspeitas sobre um possível envolvimento do exército italiano.
Apesar de todas as investigações e teorias, a verdade sobre o que realmente aconteceu no voo 870 da Itavia ainda não foi completamente esclarecida. O episódio da Balsa de Ustica é um dos maiores mistérios da história da aviação e continua a provocar debates e especulações.
O caso também teve consequências jurídicas. Em 1999, a Justiça italiana condenou seis pessoas por ocultação de provas relacionadas à queda do avião. No entanto, os verdadeiros responsáveis pela tragédia nunca foram devidamente responsabilizados.
A Balsa de Ustica é um triste lembrete dos desafios enfrentados pela aviação e das vidas perdidas em acidentes aéreos. É também uma lembrança da importância da transparência e da investigação rigorosa na busca pela verdade e pela justiça. Afinal, é fundamental para as famílias das vítimas e para o público em geral que as tragédias como essa sejam plenamente esclarecidas, para que não se repitam no futuro.