Após séculos de dominação por diferentes impérios, incluindo o Império Austro-Húngaro e o Império Russo, tanto a Polônia quanto a Ucrânia buscavam estabelecer seus próprios Estados independentes. Com o fim da Primeira Guerra Mundial, esses desejos se tornaram mais fortes e os grupos nacionalistas em ambos os países começaram a buscar a separação dos impérios aos quais pertenciam.
A situação se agravou quando a Revolução Russa de 1917 resultou no colapso do Império Russo. A presença de tropas russas e a instabilidade geral na região permitiu que grupos poloneses e ucranianos vissem uma oportunidade para estabelecer suas próprias repúblicas independentes.
No entanto, as divisões étnicas e religiosas na região acabariam por conduzir a um conflito entre os dois grupos. Os poloneses, majoritariamente católicos, viam a Ucrânia como uma ameaça ao seu território e temiam uma possível anexação por parte dos ucranianos.
Em novembro de 1918, a Polônia conseguiu estabelecer uma república independente. Enquanto isso, na Ucrânia, uma guerra civil eclodiu entre diferentes grupos políticos e facções que buscavam estabelecer um Estado próprio. Essa situação levou à instabilidade e à falta de controle estatal na região.
Aproveitando-se dessa instabilidade, os poloneses decidiram agir e expandir seu território. No início de 1919, o exército polonês invadiu a Ucrânia, tomando diversas cidades e territórios ucranianos. As forças polonesas avançaram rapidamente, subjugando a resistência das tropas ucranianas e avançando cada vez mais para o leste.
No entanto, à medida que os poloneses avançavam, encontravam uma forte resistência por parte das forças ucranianas. O espírito nacionalista ucraniano estava em alta, e muitos ucranianos estavam determinados a lutar pela independência de seu país.
A guerra polaco-ucraniana foi marcada por vários episódios de violência e brutalidade. As duas partes envolvidas cometeram atrocidades, incluindo massacres de civis e deportações em massa. Além disso, a guerra agravou ainda mais as tensões étnicas e religiosas na região, deixando um legado de hostilidade entre poloneses e ucranianos que ainda perdura até hoje.
Em julho de 1919, os poloneses chegaram às portas de Kiev, capital da Ucrânia. No entanto, a falta de apoio internacional e a exaustão das forças polonesas acabaram levando a um impasse. Em outubro, um armistício foi assinado, pondo fim ao conflito.
A guerra polaco-ucraniana teve um impacto significativo na moldagem do mapa político da Europa Oriental. Após o armistício, um novo tratado de paz foi negociado, redefinindo as fronteiras entre a Polônia e a Ucrânia. No entanto, as tensões entre os dois países permaneceram elevadas e, em décadas posteriores, novos conflitos surgiriam.
A guerra polaco-ucraniana, embora muitas vezes subestimada pela história, é um capítulo importante na história desses dois países. Ela demonstra os complexos problemas políticos, étnicos e religiosos que afetam a região da Europa Oriental e destaca a importância de uma resolução pacífica para evitar conflitos futuros.